Tendo filhos pra sustentar, que mal há?

Vou abrir meu blog pessoal entrevistando um dos manos que ouvi muito na minha “pós-adolescência”, Mc Marechal. Idealizador do bonde Quinto Andar, batizado por ele mesmo (segundo o próprio), o cara manda muito e é gente fina pra c*! Ele conversou comigo na festa Luv, da adorável Nicole Nandes, em um clima bem informal, como tem que ser! Ia rolar show do Emicida e seria uma idéia mais sensata eu entrevistar o cara, já que ele mora em Sampa e Marechal é cria do Rio, o que torna tudo mais fácil, mas mesmo assim escolhi ele, por ser uma personagem meio mítica pra mim e muitos amigos. Quem fez a ponte foi Orion Chalub, um camarada maneiro pra caramba. Como fiz a entrevista no meio de uma balada, embalado por cervejas, e só escrevi no dia seguinte, deixo o espaço livre para correções, do próprio Marechal ou de alguém que eu tenha citado.

mcmarechal Logo de cara perguntei sobre a briga entre ele e Cabal. Marechal mandou que a parada começou com um mal-entendido, que uma galera do Quinto Andar chamou o Cabal de Mc de festa, mas que ele não tinha falado nada e nem podia, que ele tinha se desligado do coletivo e era ele mesmo um Mc de festa, já que ganhava dinheiro pra cantar e tocar, vivia disso (quando falou isso, Marechal abriu os braços pra ilustrar que tava ali pra tocar). Falou que quando ele e Cabal se encontraram, logo depois do boato, Cabal deu pra trás e negou, dizendo que não tinha nada, que o mal-entendido tinha ficado pra trás. Para Marechal, ele falou isso motivado pelo medo, porque estava longe de casa e dos amigos. Logo depois perguntei sobre a provocação feita na Lapa, território carioca: “terça-feira, duas horas da manhã é mole, não tem ninguém lá, quero ver fazer isso no meio de todo mundo!” foi a declaração do Mc (essas alturas “Produtor Rodrigo”, como a Dj Pathy De Jesus chamava ele toda hora). Pra mim pareceu que o cara não dá a mínima pra isso, desdenha Cabal (vou tentar entrevistar ele também, pra ficar uma coisa mais imparcial, mas vai ser difícil).

Quando a gente mudou de assunto, Produtor Rodrigo teve que se ausentar, pra comandar a mesa de som no show do Emicida, que arrebentou no palco. Marechal tem uma percepção muito boa do som e do ambiente, e ajustava áudio e efeitos constantemente, por cima do balcão, como costuma fazer. Quando Emicida desceu do palco, voltamos a conversar e retomamos o assunto. O link foi uma rima do Cabal que insinua que Marechal é “baba-ovo” de um dos rappers mais famosos do Brasil. Comentei que esse Mc era “jabazeiro” (segundo muitos) e que isso ia contra a postura do Quinto Andar. Ele defendeu o Mc famosão dizendo que se tivesse quatro filhos pra sustentar faria o mesmo, que não tem problema nenhum em fazer isso. Comparou ainda dizendo que “se o salário mínimo vale 500 reais e eu ganho isso pra fazer vinte minutos de rima, me considero rico e vivo muito bem com isso!”. Dentro do assunto, perguntei sobre a relação com os fãs e se ele já foi acusado de estrelismo. Apesar de se considerar um fenômeno por não ter gravado nenhum disco (Marechal se desligou do Quinto Andar antes do lançamento do primeiro disco) e ser bem contado, não faltando trabalho pra ele , o cara afirmou que conversa com todo mundo e não se diz estrela de jeito nenhum, é só uma cara que batalha (posso afirmar isso, já que eu nem conhecia o cara e a gente foi embora da Fosfobox com a mesma galera e ficamos esperando o ônibus trocando idéia). Nossa conversa foi novamente interrompida nesse ponto, e quando retomamos, foi pra falar amenidades e de amigos em comum. Ficou em mim uma sensação muito boa, já que o cara era herói pra mim, um maluco da minha idade que manda muito bem, cantando mais que muita gente que faz sucesso por ai!

Hello world!

Welcome to WordPress.com. This is your first post. Edit or delete it and start blogging!